Durante a Automec, os visitantes puderam conferir uma solução para eliminar problemas nos motores, gerados nos tanques de combustíveis da frota e dos veículos. A entidade também celebrou 25 anos da sua Rede Credenciada
O CONAREM, Conselho Nacional de Retíficas de Motores, participou da Automec 2025 em várias frentes. Uma delas foi o lançamento do 10º curso em parceria com o SENAI, no dia 22 de abril, na Arena de Conteúdo, com a participação da Actoil. Intitulado ‘O tratamento do combustível’, o objetivo foi mostrar aos visitantes da feira uma solução fácil e viável para combater a borra no sistema do motor da linha pesada. Hoje no Brasil, 14% de biodiesel é adicionado na mistura com o diesel na linha pesada rodoviária e off-road.
A parceria do CONAREM com a Actoil, empresa desenvolvedora e fornecedora de soluções para o tratamento de diesel, biodiesel, motores e tanques de armazenamento de combustível, resultou na criação do Actoil A550, um tratamento multifuncional para todo motor movido a diesel linha pesada. “O produto elimina a água formada no tanque de combustível da frota e no tanque do veículo, combatendo as bactérias e, consequentemente, a borra. Com uma única aplicação, a duração é de 60 mil km por veículo. Resolvemos um problema técnico, um problema de operação, baixamos o custo (da operação), melhoramos a potência do motor e reduzimos o consumo”, explicou José Arnaldo Laguna, presidente do CONAREM.
Laguna alertou que as empresas transportadoras não dão a devida importância ao tratamento do combustível. “É muito simples fazer algumas operações. Uma delas é drenar o tanque, a outra, é colocar o biocida, o Actoil A550. Ele encapsula a água, a leva para a câmara de explosão, e combate as bactérias que se formaram evitando, assim, a formação de borra. É uma solução muito simples, muito barata e muito prática, mas tem que ter a autorização de quem faz a manutenção da frota”, afirmou.
Gilles Laurent Grimberg, CEO da Actioil, esclareceu que “a luz, o calor e o oxigênio é o que geram a degradação dos combustíveis. Não é o biodiesel que forma água”, especificou. Segundo ele, “diesel bom não quebra a bomba de combustível, não gera problema no bico injetor e não aumenta o consumo”.
MBCB – Movimento Baixo Carbono Brasil
O CONAREM participa do Conselho de Administração do MBCB – Movimento Baixo Carbono Brasil. Na Automec foi apresentado o estudo sobre a descarbonização da mobilidade, realizado pela LCA Consultores e MTempo Capitar. Entre algumas constatações, Laguna comentou: “os impactos da descarbonização com os veículos elétricos não podem ser medidos apenas pelas emissões (nulas), mas, do ‘poço ao túnel’”. Conceito que mede a pegada de carbono desde a exploração de minerais para a produção das baterias e de peças até o descarte do veículo e suas peças.
Sobre os impactos da eletrificação no Brasil até 2050 projetado no estudo, disse Laguna, “geraríamos um impacto de mais de 1 milhão de demissões, reduziríamos em alguns trilhões o recolhimento de impostos, se eletrificássemos a frota, pois prejudica a siderurgia e as fábricas de peças e componentes. Do poço ao túmulo, o carro elétrico é um pouquinho melhor do que o movido a etanol. Aqui, temos geração de emprego, de renda e podemos melhorar mais ainda. E tem também o gás que ainda não está sendo usado no Brasil. A MWM tem um projeto de transformar o lixão para produzir gás metano para ser aplicado nos caminhões que trafegam longas distâncias”, afirmou, referindo-se a alternativas para a descarbonização.
25 anos da Rede Credenciada CONAREM
A Automec marcou também os 25 anos da Rede Credenciada Conarem. “Ela foi criada em 2000 para que pudéssemos estender o nosso pós-venda a nível nacional. O grande problema que vimos nos Estados Unidos e na Europa foi o remanufaturado ocupar o espaço das retíficas independentes. Sabendo que isso iria acontecer no Brasil, estruturamos uma rede de boas retíficas e criamos um contrato com todos os procedimentos e a obrigação de seguirem as normas da ABNT”, contou Laguna. O contrato é renovado a cada ano e, para que isso aconteça, as retíficas são vistoriadas e pontuadas.
Laguna também falou que a criação da rede foi certeira. “Isso deu muito certo. Essa rede foi reconhecida e hoje temos a parceria de grandes fabricantes que passaram a utilizar a nossa rede; um braço autorizado de assistência ao mercado”. O CONAREM também investiu em um banco de dados, hoje com 4 mil motores, em um e-book com informações técnicas complementares, e no suporte ao aplicador na ponta. Além disso, o programa de capacitação do CONAREM, em parceria com o SENAI, já tem mais de 65 mil inscritos, desde o seu lançamento em 2022.